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Em um momento marcante para a cultura brasileira, Ailton Krenak escreveu seu nome na história ao se tornar o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). Após a morte de José Murilo de Carvalho em agosto de 2023, Krenak foi eleito para ocupar a Cadeira 5, trazendo consigo não apenas sua vasta bagagem como ambientalista, filósofo e poeta, mas também sua profunda conexão com a causa indígena.
Nascido em 1953 no vale do rio Doce, em Minas Gerais, Krenak tem sido uma voz incansável na luta pelos direitos dos povos indígenas e na preservação do meio ambiente. Sua trajetória inclui a participação na fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI), além de um papel fundamental na conquista dos Direitos Indígenas na Constituinte de 1988.
Além de suas contribuições como ativista, Krenak também é reconhecido por sua produção literária e acadêmica. Doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ele traz para a ABL uma riqueza de conhecimento e experiência.
Ao assumir sua cadeira na ABL, Krenak expressou sua intenção de ampliar o alcance da academia, especialmente no que diz respeito às línguas indígenas. Sua proposta de criar uma plataforma que abrigue uma vasta gama de materiais culturais, incluindo textos, imagens e filmes, em diversas línguas nativas, reflete seu compromisso em preservar e promover a diversidade linguística e cultural do Brasil.
Em suas próprias palavras, Krenak destacou a importância de priorizar a oralidade e de garantir que as línguas indígenas não sejam esquecidas. Sua visão de uma academia mais inclusiva e diversificada ressoa não apenas entre os membros da ABL, mas também em toda a comunidade acadêmica e cultural do país.
Com a eleição de Ailton Krenak, a Academia Brasileira de Letras dá um passo significativo em direção à representatividade e à valorização das vozes indígenas na cena literária nacional. Seu legado transcende as páginas dos livros e inspira uma nova geração de escritores, poetas e ativistas a celebrar e proteger a riqueza cultural do Brasil em toda a sua diversidade.