Helena Schenell celebra a vida
Amigos e familiares foram recepcionados ontem, no australiano Didier no bairro Bela Vista na capital gaúcha, para celebrar…
Ver mais +
Nosso cérebro tem um detector de ameaça, ativando um estado de tensão desagradável quando nos deparamos por situações reais ou criadas pelo nosso sistema interno. Agimos de forma instintiva contra o medo de algo futuro. Essa antecipação de algo futuro nos coloca em estado de alerta, que algo ruim irá acontecer, não sabendo identificar se será uma ameaça real, nos preparando como se fossemos fugir, ou participar de um atentado sobre a vida.
Em fração de segundos, um local chamado córtex visual manda informações para Amígdala cerebral ativando nosso sistema de sobrevivência, produzindo hormônio cortisol e adrenalina. Ao produzir em excesso a adrenalina, sofremos com alterações no intestino (preso, ou diarreia), suor excessivo, boca seca e o coração bate mais rápido, levando ao pensamento de fuga, criando uma memória de medo e derrota.
A ansiedade pode ser vantajosa, se for usada quando realmente corremos perigo de sobrevivência (assalto, acidentes, dentre outras situações), mas em exagero vira uma doença. O excesso acarreta o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, como: Toc, Fobias, Transtorno de Estresse Pós- Traumático, Síndrome do Pânico.
Quando você percebe que a ansiedade está chegando, apenas a atitude de pensar positivo não adianta. É preciso construir outras memórias, desativando no seu cérebro esses pensamentos de medo e derrota.
Para esse tratamento ter um resultado eficaz, a orientação deve ser feita através de uma equipe multidisciplinar. Os psicólogos irão identificar o tipo de tratamento para cada tipo de transtorno de ansiedade. Por outro lado, o profissional de educação física, com conhecimento sobre a mente, irá determinar o seu programa de treinamento.
A antiansiedade ocorre no tratamento com terapia, medicamentos (em alguns casos) e atividade física. No caso da terapia, usa-se técnicas de mudanças de comportamento (TCC) e os remédios proporcionam um alívio aos pós sintomas.
Estudos epidemiológicos (PASCO ET AL.,2011) mostram que a atividade física regular ajuda a reduzir os sintomas, sendo defendido por alguns autores que ela distrai o cérebro.
Quando praticamos atividade física de forma regular acontece a neuroplasticidade. Usarei uma metáfora para exemplificar: como se seu computador estivesse lento e você coloca mais memória, ele fica melhor, não é mesmo? Então, ocorre da mesma forma. É como se fosse um UP GRADE no cérebro.
Por isso, a distração ocorre quando fazemos exercícios físicos. Nosso corpo produz mais suor, os batimentos cardíacos aumentam e o cérebro começa a entender que esta mudança fisiológica não é tão ruim, sensações que são semelhantes àquelas produzidas quando a ansiedade aparece.
No treinamento de indivíduos com transtornos da ansiedade, utilizo a Escala de BORG (Criada para medir percepção ao esforço).
Começo orientando uma atividade física simples, fácil e barata. Por exemplo, caminhar 3 vezes na semana, em um período de 3 meses. Com isso, já se tem uma melhora significativa.
Na minha prática profissional, considero vários fatores para um bom programa de treinos; algumas vezes as pessoas procuram
uma academia e não aderem ao programa, então, de forma progressiva, vou modificando esses treinos aeróbicos (bike, corrida, caminhada).
O Exercício Físico aeróbico produz um resultado semelhante a uma
medicação (sertralina), regulando a disposição, perda de peso, regulação do sono.
Se você estiver com algum sintoma, procure ajuda. Você pode tratá-lo e ter uma melhora significativa na sua qualidade de vida.